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MESA – DITADURA E MEMÓRIA
Ronaldo Correia de Brito e Patricia Ratto
Mediação: Mona Dorf

Os governos militares na América latina renderam bons filmes e poucos livros, pelo menos no Brasil, onde só agora começa a pipocar uma ficção tendo como pano de fundo esse período sombrio da história. É o caso do novo romance do cearense Ronaldo Correia de Brito - Estive lá fora. Ronaldo cria o personagem Cirilo, que busca um caminho próprio em meio às dicotomias de esquerda e direita, cultura e contracultura, atualizando o discurso sobre poder e repressão. Porque a vizinha Argentina mergulhou mais profundamente com a sua literatura nesse passado doloroso? Quem nos conta é a professora e escritora Patricia Ratto, nos seus três romances - Pequeños hombres blancos, Nudos e Trasfondo. Porque o Brasil prefere não olhar para essa passagem de sua história recente? Os países sul-americanos contabilizam números bem diferentes das vítimas da repressão aos movimentos contra-revolucionários. A literatura pode ser uma forma de catarse e ajudar a fazer as pazes com esse passado?