21 de Noviembre de 2013 | Jornal do povo | Brasil |
Começa hoje e segue até domingo |
Festa Literária de Aquiraz inicia programação |
A Festa Literária de Aquiraz (Flaq), que começa hoje e segue até domingo, tem dois propósitos necessários: fruir a literatura com leveza e discutir um dos maiores gargalos educacionais do Brasil, o livro e a leitura. Nesta primeira edição, serão seis mesas literárias ao longo dos dias. Entre os convidados do lado brasileiro, alguns são os escritores Ana Miranda, Luiz Ruffato, Ronaldo Correia de Brito e Tércia Montenegro. Além deles, ainda há os latino-americanos. Nomes como Mempo Gardinelli, Pía Barros e Patricia Ratto - autores desconhecidos do grande público e, por isso mesmo, importantes como forma de apresentar brasileiros às muitas literaturas que se produzem nos países vizinhos. Segundo a jornalista Mona Dorf, curadora da Flaq, as mesas devem investigar, em grande medida, possibilidades e caminhos para incentivar a leitura nos jovens. “É uma pergunta que vai permear todas as mesas. Até porque todos ali são engajados na questão da leitura e da educação”, pontua ela. A Prefeitura de Aquiraz, que organiza o evento, deve levar professores e alunos aos debates. Mas o papo com os escritores segue também pela obra deles. Em muitos momentos, eles lerão trechos de seus escritos para tentar fisgar a plateia à leitura. “É um momento de encantamento e sedução quando o autor lê; é ali que você acaba se interessando por conhecer mais”, afirma Mona. O escritor cearense Moreira Campos, homenageado, também terá contos lidos. Deve contribuir também para despertar interesse a proximidade entre autores e público. Para ela, uma das vantagens do formato da Flaq é proporcionar um contato que eventos maiores, como a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), acabaram perdendo com a dimensão. Mesas Após a primeira mesa, às 16h30min, quando Ana Miranda e Mempo Giardinelli tocam o barco por marés literárias, os escritores Luiz Ruffato e Tércia Montenegro, às 19 horas, conversam sobre as viagens possíveis não apenas dentro da literatura, mas também por causa dela. Ruffato foi responsável pelo polêmico discurso brasileiro na abertura da Feira de Frankfurt deste ano. Ainda cheia de possibilidades é a mesa entre Ronaldo Correia de Brito e Patricia Ratto, amanhã, às 19 horas, pondo em questão as ditaduras militares que assolaram a América Latina. Ronaldo, com o romance Estive lá fora (2012), e Patricia, com Pequeños Hombres Blancos (2006, ainda não traduzido no Brasil), têm obras sobre o tema. |